domingo, 30 de março de 2014

Chapada Diamantina: pura adrenalina!

Éramos cinco: eu, minha mãe, minha tia e minhas duas grandes amigas Monique e Stephanie. Destino: Mucugê – Chapada Diamantina (BA).
            Creio que o Brasil inteiro já ouviu falar das belezas naturais da Chapada. Meu irmão já tinha ido e adorado, meus amigos idem. Então chegou a minha vez, ou melhor, a nossa! De desfrutar dessas maravilhas.
            Um dia antes já estava tudo mais que pronto! Espírito de aventura, praticamente uma desbravadora!.
            Minha amiga Monique me liga avisando que iria levar os cartões de crédito para gastar no shopping local. Pausa! Kkkkk não aguento!. Foi assim, com uma crise de riso que ela descobriu que iríamos era para a natureza! Foi um choque e tanto pra ela! E risos infinitos pra gente!
            No dia seguinte à noite fomos à agência de viagem, onde o ônibus saiu rumo a Bahia, 10 horas de estrada.
            Chegamos pela manhã, tremendo de frio. Colocamos nossas coisas no quarto da pousada, nos vestimos “a caráter” (bermuda, tênis, chapéu) e partimos para a primeira trilha. Monique estava bastante inconformada com a viagem sem luxo e sem a agitação urbana. Já Stephanie não!, estava em seu habitat natural, ela é pura ecologia, biologia, meio ambiente, saúde, tudo!.
            Caminhamos, Sol, caminhamos, muito Sol, caminhamos mais...Monique torceu o pé! Justo ela que já estava cismada com a viagem e logo no primeiro passeio!. Na verdade a queda foi muito engraçada, o pé dela enganchou entre duas pedras, só depois percebi que ela silenciou e ficou quietinha sentada no chão. Eita, a coisa é séria!. Caminhamos juntas, uma apoiando a outra e chegamos (Nossa! Ainda temos que andar tudo de novo pra voltar!).
            Para a nossa surpresa de aventureiras principiantes, o nosso roteiro foi o menos belo, percebemos. A água estava gelada. A “inteligência pura” que vos escreve estava recém-operada e não podia sequer cair uma gota de água nos olhos (mas a vontade de viajar era tanta). Então fiquei apenas olhando de longe, as vezes chegava na beirinha como quem não quer nada, mas querendo muita coisa. A temperatura da água me fez recuar e ser obediente.
            Nem preciso dizer o quanto Stephanie estava vibrando com o passeio, ela se jogava nas pedras, cachoeiras e tudo que tinha pela frente, é uma mulher destemida essa Téia!.
            A noite, ao chegarmos na pousada, percebemos que a perna de Monique estava inchada e bem vermelha. Não havia farmácia, e nem a guia da agência estava com primeiros socorros. Era tudo muito “natureba”.
            Encontramos um anti-inflamatório na bolsa e deixamos Monique com gelo, descansando a perna dela, sozinha, assistindo TV. Saímos para jantar, estávamos a procura da “Pizza da Garagem”, mas nos perdemos no meio do caminho.
            Passamos pelo mesmo beco escuro diversas vezes, com chuva prestes a cair, relâmpagos e trovões. Chegamos bem. E a pizza? A melhor que já comi.
            Mas e Monique?, a dificuldade é que lá tudo preza muito pela preservação, e estão super corretos, mas nós trogloditas não estamos habituados a certos hábitos. Não fazíamos ideia de que não encontraríamos embrulho para levar a pizza. Tivemos que comer tudo...kkkk. Na volta compraríamos um sanduíche vizinho à pousada.
            Imaginem só: uma cidadezinha calma, mas tão calma! Com uma energia forte, mas tão forte!. Junte tudo: serra, chuva, árvores, beco escuro, trovão, relâmpago.
            Corre, gente! Corre! Olha o relâmpago! Corre! (saí feito uma louca correndo sem parar) kkkk.
            Stephanie e minha tia ficaram paradas porque a barriga doía muito, de tanto gargalhar. Mas para mim, parecia que o mundo acabaria ali mesmo!
            Retornamos apressadamente e bastante preocupadas com Monique, e ela lá no bem bom, já tinha comido e tudo. Só havia guardanapo para cobrir o sanduíche, nada de plástico, copo descartável, nada!.
            Dormimos.
            Alarme tocando, café da manhã. É chegada a hora das “fortes emoções”: arvorismo, tirolesa lá vamos nós. Quer dizer, Stephanie. Ela foi, eu demorei tanto pra decidir que o tempo do arvorismo encerrou, fiquei só com a tirolesa. E mesmo assim, foi muita adrenalina! Kkk
            ‘Boca” nosso guia, que por sinal excelente!, nos levou até o cemitério bizantino, que me deixou completamente fascinada. Tão fascinada que já estava em cima dos túmulos sem saber kkkk. Boca teve que me dá uma bronca, contando a estória da francesa curiosa (no caso a analogia era comigo, da tal francesa). “A francesa ficou tão curiosa, mas tão curiosa! olhou o cemitério e caiu dentro do túmulo, ficou lá dias com infecção generalizada, até o coveiro achar e cuidar dela” kkkkkkkk. Não é a toa que o chamam de Boca.
            Boca nos contou que os extraterrestres (ET) costumam passear por lá, e resolveu nos levar onde possivelmente os discos voadores pousaram da última vez que deram uma esticadinha por aqui. Murmurinhos e risadas. Na verdade esse ET era sabido demais, porque foi logo pousar na frente de um resort lindíssimo, chiquérrimo. Entramos e tomamos cafezinho, esse Boca é mesmo um “marketeiro”.
            Estórias e risadas a parte, voltamos à noite depois de um dia longo, com direito a arco-íris e tudo.
            Agora preparem-se para o passeio mais desejado por todas: o poço azul. Monique já estava recuperada e ansiosa para o roteiro do dia. Esperamos horas até chegar nossa vez de descer até o poço azul, que na foto era deslumbrante. Mas na hora o Sol não bateu e tudo ficou uma caverna escura.
            Enfim, nossa vez. Umas senhoras, a garotada, minha mãe, minha tia, mumu, téia desceram. Todas com coletes, porque a profundidade da água do poço são 20m. Todo mundo lá embaixo, menos eu e dois rapazes que ficaram com medo.
            Fui enfática: - Moço não vou descer! É íngreme e molhado, vou cair e quebrar minha coluna!
            O guia do poço, muito gentil, pediu que eu segurasse na corda enquanto ele ajudava os dois rapazes. Obedeci entre lágrimas! Quáquáquá! Que boba!
            Ouço gritos!
            - MilenaaaaaAaAa! AaAa (eco) Cadê vocêÊê?!
            - Estou aqui em cimAaAaAa, vou descerrRr NãoOoO!
            Uma mulher chama minha atenção: - Ei não pode falar alto não! isso aqui pode desabar! Aqui é tudo pedra!
            Ah tá obrigada!
            Imaginem só um lugar enorme dentro da terra que tem apenas uma flechinha de luz. Eu é que não queria sair dessa luz.
             O guia volta.
            - Vamos Milena! Não acredito que você vai desistir!
            - Eu também não! Mas tá bom aqui moço! Quero descer mais não! Ajude a mainha a subir, por favor!
            - Você vai descer na minha cacunda! Venha! Eu te ajudo!
            - Não, obrigada (lágrimas, risadas e lágrimas) kkkk
            - Você vai chegar em Aracaju e dizer o quê?
            - Já me convenceu, eu vou!
            Então eu e meu herói descemos!. Definitivamente não sou de aventuras. Mas isso vocês já sabem.
            Graças a Deus Terminamos o poço azul! no final nem sabemos que se tratava realmente do tal poço.  Chegamos a pousada, tomamos chocolate quente e apagamos.
            A cidade era quase um deserto em pleno carnaval. Calmaria demais.
            No dia seguinte fomos ao Morro do Pai Inácio. Uma subida e tanto! Gigantesco e lindo! Fabuloso! Paisagem sensacional!.
            Após o almoço, visitamos a cidade de Lençóis e retornamos para Aracaju. Mas espere aí...
            Uma senhora não se sentiu bem durante a viagem e precisou usar o banheiro do ônibus, só que a galera do fundão não aguentou e pediu que o ônibus parasse em decorrência de um aroma desagradável. Coitada, ninguém merece!
            Eu, de forma bastante discreta peguei o desodorante e apertei lentamente pra ver se ficava um cheirinho agradável. Foi então que todos tiveram a mesma ideia! E ficou impossível permanecer naquele ambiente repleto de odores!. A janela não abria e o ônibus era todo refrigerado.
            Então, o motorista muito educado e disposto, foi limpar o banheiro com a água de um lago de um terreno que eles pularam a cerca pra pegar. Enquanto isso ficamos todos na beira da estrada.
            Minha enxaqueca disparou, claro, foram tantos os perfumes!
            Voltamos ao ônibus e começamos a cantoria, violão, tudo muito bom, tudo muito legal. Mas eu já estava “pralá de bagdá”, não aguentava mais perfume, barulho. E ainda tinha a brincadeira do anjo. E lá vai eu falar no microfone. Era o seguinte: cada pessoa ficava responsável por outra em segredo, você observava e cuidava dela sem ela saber. É bem legalzinha. Mas a minha “anja” dava tanta bandeira, descobri ela logo na primeira hora.
            Tudo que eu queria era minha casa e minha cama.
            Depois de tantas horas de náuseas, dor de cabeça, vômitos, cantoria, enfim, Chegamos!, Graças a Deus!!!. Não tem coisa melhor do que retornar a nossa casa! Aos nossos lençóis cheirosinhos, fofinhos e macios. Viajar é bom, mas a volta é melhor ainda!
           



            

domingo, 23 de março de 2014

Amigos e Desafetos

O que mais me dói não é a espontaneidade dos desabafos. Isso é saudável. O que me incomoda mesmo é o fato de querer me atingir propositalmente.
            Se te fiz mal, converse comigo abertamente, isso é lealdade e amizade. Me questione. Mas, se tentar me ferir de alguma maneira, especialmente sem motivo aparente, me afetará e muito o seu sentimento, até mais que a sua ação, que a princípio me parece tão descabida.
            Achar um amigo hoje em dia é de uma dificuldade extrema, se você o encontrou o conserve. São seletos e poucos, mas são confiáveis e transmitem uma sensação de segurança e alegria. É sempre uma festa quando vocês se encontram.
            Ao contrário dos que se dizem seus amigos. Não é a toa que você sempre teve um “pé atrás” com algumas pessoas, também pudera. Se você quer reconhecer um amigo, preste atenção nas nuances, olha é só um toque, mas observe:
·        * Se ela falar mal de uma grande amiga, certamente falará de você também pelas costas. Pessoas sinceras conversam e procuram se entender, sem intrigas ou picuinhas;
·        *  Se encontra a grande amiga dela(e) e ela começa a conversar com você sobre o que a outra falou de você. Pior ainda, não confie em nenhuma das duas! Até parece que vocês estão no ensino fundamental, né verdade?;
·      *   Se em meio a uma discussão com outras pessoas ela fica “em cima do muro”. Preste atenção, pode ser que ela tenha uma fragilidade em expor certo ponto de vista. Mas, caso não seja, tome cuidado, ela quer agradar a todas as partes, o que é muito cômodo. É sua amiga e concorda com você, mas nas suas costas é amiga do outro e concorda mais ainda com outro, te julgando muito mal;
·       *  Se algumas pessoas vivem se comparando com você e sentem-se enciumadas. Isso deve te incomodar e muito, até por que você não sabe o motivo para tal comportamento. Ou tenta compreender e conviver, ou se afasta
                 Faça o que é melhor para você. Certos pessoas estão mais para desafetos que amigos . Aproxime-se de quem te faz bem e desperta o melhor de você. Mas não pense que “melhor” está isento de críticas e confusões. Até porque uma conversa franca te ajuda a crescer e é bastante necessária, mas sem picuinhas ou bobagens
               Tenho sorte de ter amigas desde a “maternidade”, faço questão de carregá-las comigo até hoje, pois para mim são mais que ouro. Outros amigos conservo desde o colégio e pretendo cultivar essas amizades para toda a vida. Gosto demais dos meus novos amigos que venho conhecendo e tendo o prazer de desfrutar de uma singela amizade, todos , sem dúvida, muito importantes para mim.
              Agradeço pela amizade verdadeira, pela lealdade e franqueza das palavras. Mas sou grata também aos desafetos, pois me permitem valorizar ainda mais quem é de verdade.

 Milena Macena

sábado, 15 de março de 2014

Meus sons favoritos


         Alguns barulhos tem o impressionante poder de nos fazer bem, isso porque associamos determinado som a situações tão prazerosas, como é o caso do:
...barulho do carro do meu pai chegando em casa
...o típico balançar das chaves quando minha mãe abre a porta
...as pegadas arrastadas da minha tia
...o gargalhar depois de uma conversa séria
...risadinhas de crianças
...ouvir alguém falar bem de você
...aquela música que você adora e não ouvia há um bom tempo
...a porta do quarto do meu irmão fechando de madrugada, é sinal que ele chegou bem
...o barulho do mar
...a chuva de madrugada no quarto quentinho e silencioso
...aplausos após um discurso tenso
...“eu me importo com você”
...“estou com saudade”
...“estou orgulhosa de você”
...o toque do celular avisando que chegou mensagem de texto, em tempo de whatsapp (mas que não seja da operadora né!)
...o tocar do telefone depois de uma entrevista de emprego
...o som da serenidade: o silêncio, o melhor e mais relaxante silêncio, você e o mundo em harmonia trocando inspiração e energia.

 Milena Macena do Espírito Santo.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Alienação Religiosa

Algumas pessoas têm a necessidade de pregar a palavra de Deus, levá-las para que todos a conheçam para que assim encontrem a verdadeira salvação.
            Compreendo e acho um ato de desprendimento e bondade, afinal o que essas pessoas querem na verdade é te ajudar a encontrar sentido e salvação para sua alma. Mas, o que ocorre é que nem sempre o próximo está de “espírito aberto” para te ouvir e talvez ele tenha o momento dele, quando ele realmente quiser irá procurar a pessoa ou a religião a seu gosto para se dedicar.
            Não adianta impor palavras, isso além de ser chato é inconveniente. Não há superioridade em religiões, se assim o fosse estaríamos perdidos. A linha que separa o “bom senso” da alienação é extremamente tênue e todos nós estamos sujeitos a ultrapassar, seja para o lado racional e cético ou para a religiosidade excessiva.
            Não brigue comigo por que eu te pedi para procurar um médico. Entendo a sua crença, mas já pensou se Deus quer que você procure? Não vai esperar cair do céu né verdade? Não se cuidar é suicídio e não amor a Deus. Para mim Deus é amor a você mesmo, você é a criatura e ele é o criador.
            Você não é melhor que eu porque frequenta a igreja, mas eu também não sou melhor que você em nada.
            Não insista! Não irei frequentar a sua religião, agradeço a preocupação. Tenho as minhas crenças, quando estiver preparada escolherei ou não a religião que mais se adapta a minha visão de mundo.
            Não me pare no ônibus e não me chame de pessoa sem fé por não querer discutir com você. Você não sabe absolutamente nada sobre mim.
            Quando você persistir para eu frequentar a sua igreja saiba que estará falando sozinha. Quando eu quiser irei procurar. Sei que faz isso de coração, mas também quero ser respeitada.
            Nosso Deus é um só, no entanto, temos pontos de vista diferentes sobre ele. Não acredito num Deus de imposições e castigos e sim em um Deus de amor e luz repleto de mistério, em que todos carregam um pouquinho dele, a diferença é que uns o alimentam mais que outros. Isso não há nada de errado, é simplesmente tempo! Tempo de saber a hora certa de procurá-lo, e o tempo certo é o de cada um, sem receitas.
            Não gostaria que fosse forçado a gostar de mim, porque então pensar que ele gostaria disso?
            Posso não saber rezar e fazer prece, mas converso do meu jeito, e ninguém me diga que está errado. Pois, acho que ele sabe mesmo tudo o que se passa dentro de você, se é verdade ou não só ele quem sabe, mas ninguém. 
            O questiono demais e não sinto medo por isso, questionar muitas vezes se assemelha a julgar, mas é diferente. Você tem todo direito de se revoltar, afinal é difícil de entender certas coisas, mas questione a reposta vai aparecer... cedo ou tarde.
            Questione sempre para não se deixar alienar.

 Milena Macena do Espírito Santo.
   

sexta-feira, 7 de março de 2014

Graças a elas, mulheres

Nossa gramática é masculina. A bíblia se refere à totalidade com o gênero masculino. A imagem do Oscar (isso mesmo, aquela premiação do cinema) é um homem. Melhores do ano, homem. Troféu das escolas de samba: o rei Momo, homem.
         Então minha cara leitora, é evidente que merecemos um dia só nosso. Foram tantas lutas travadas para a conquista da nossa autonomia, tantos desafios e dificuldades. Tanto machismo, tanto preconceito. Chega a soar estranho saber que ainda existe tanta diferenciação nos trabalhos, na educação ou em qualquer âmbito das nossas vidas.
         Mas, graças a tantas mulheres que aceitaram e enfrentaram a luta no passado é que hoje podemos nos expressar, trabalhar e ter nossos direitos reconhecidos. A todas essas mulheres que não abaixaram a cabeça, não se intimidaram é que devemos agradecer a autonomia que temos hoje.
         Em um mundo onde só predomina a figura masculina, surge a imagem da mais bela, delicada e forte mulher. Mulher que trabalha em casa e trabalha fora. Mulher que carrega seu filho no ventre e consegue se dedicar inteiramente a ele e a sua labuta. Mulher é multi. É charme, beleza, cuidado e força, acima de tudo FORÇA (com letra maiúscula).
         Se hoje temos mais liberdade é graças a elas...mulheres! Que mesmo diante de circunstâncias tão adversas conseguiram quebrar protocolos, fazer reconhecer direitos, equilibrar e realizar sonhos e metas. Se temos uma sociedade menos injusta é por causa da Olga Benário, Maria da Penha, da Virgínia Woolf, da Jane Austen, Coco Chanel (tantos outros nomes) e você, minha cara leitora! Que certamente se deixa indignar perante o machismo e se envaidece por ser do mesmo gênero de mulheres tão fabulosas que mudaram a história.
         Feliz Dia da Mulher! você é sublime!

 Milena Macena do Espírito Santo
                  
foto:google images