segunda-feira, 29 de setembro de 2014

O Melhor Lugar

           O melhor lugar do mundo provavelmente não é aquele hotel 5 estrelas, muito menos aquela casa noturna que você dançou até amanhecer. Dificilmente será aquela linda casa de praia que se hospedou verão passado.
            Talvez esses lugares representem momentos felizes, de lazer e diversão. Mas refiro-me aquele ambiente que tem cheiro de paz, que pode preenchê-lo com seus amigos a medida da sua vontade, que te transmite quietude e segurança. Segurança no sentido de conforto e intimidade, de preservação da sua individualidade, sem dúvida esse local é seu lar.
            E o lar pode não ser a sua casa, mas um abraço. O sítio de seus avós, ou até mesmo seu próprio quarto. O ambiente adequado onde você consiga recuperar suas energias e organizar seus pensamentos.
            Aquele ambiente com cheirinho de frango de domingo que te transmite à serenidade que só você sabe o quanto é necessário.

            Porque enquanto a vida acontece lá fora o amor prospera dentro de você. E o melhor lugar talvez nem seja um lugar, mas a sua própria consciência, seu estado de espírito, dessa forma, qualquer lugar é lugar.
Milena Macena do Espírito Santo

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Boas Novas

Escassez de boas notícias acomete a mídia, fato. Porque o que é bom nem sempre dá audiência.
            Os meios de comunicação acostumou e as pessoas pegaram gosto por sangue, intriga e confusão. Então, quando algo legal acontece é esquecido ou quase nunca vira manchete. O mal banalizou e se tornou normal.
            O elogio e as boas novas causam estranhamento, desconfiança e com isso ocorre uma inversão de valores. Talvez você nem tenha se dado conta que o dia está ensolarado. Que seu trabalho, embora às vezes chato paga as suas contas. Que sua prima está grávida e a família irá aumentar. Que seu amor tem o abraço mais acolhedor do mundo. E talvez nem tenha percebido o elogio direcionado a você por seu amigo e muito menos agradeceu a delicadeza da sua vizinha que te ajudou a carregar as compras.

            Seus sentidos apenas vibram para o caos. Mesmo que não seja noticiada, as boas novas estão por aí e é só uma questão de aguçar as melhores coisas e não banalizar o ruim. Porque o que é ruim é que deve causar estranhamento e repulsa e jamais normalidade. As boas novas devem fazer parte do nosso cotidiano.
Milena Macena
           

domingo, 14 de setembro de 2014

Torcedora do Grêmio,

Te rotularei assim, pois as noticias assim nos chegaram (torcedora do grêmio).
            Me surpreende bastante a repercussão de ódio ao seu redor, e por isso escrevo-te novamente. Fiquei abismada quando atearam fogo na sua casa e mais assustada ainda por saber que você está em cárcere privado, isolada da sociedade como se fosse uma assassina.
            Fico me perguntando quando você poderá sair novamente sem medo, você está sendo massacrada por um erro que cometeu, está pagando caro demais.
             E então me deparo com a seguinte imagem:
  

            Você merece ser condenada por populares? Acho que não né. Somos suficientes racionais para sabermos o que é certo e errado, e justiça não nos cabe aplicá-la com as próprias mãos. Apenas comentar, reivindicar, sem jamais proliferar ódio, porque essa raiva desmedida é um agravante que nem perpassa mais pelo seu comportamento, sua atitude foi apenas uma “desculpa” pra galera reacionária e radical entrar em cena.
            Bom, mês passado tive uma discussão com um colega por causa de uma música de reggae que eu já não aguentava mais ouvir. Preconceito meu? Talvez, questão de gosto? Certamente, essa discussão tomou proporção tão grande, que suspeito que no final de tudo nada tinha haver com a música, depois me arrependi também e pedi desculpa. Na faculdade, minha amiga negra disse que jamais se casaria com um branco, preconceito? Talvez Questão de gosto? Certamente. Essa mesma amiga, que provavelmente está lendo esse texto e bastante irritada por se identificar, acabou de casar com um “branco”.  Também recordo quando comentei com ela que achava homens loiros um charme, ela me chamou de racista. Preconceito? Não! Questão de gosto? Com certeza!.
            Essa mesma colega não pensou na nossa amizade, como seria amiga de uma negra caso fosse racista?. Mas tudo bem, independente de qualquer coisa tenho imenso apreço por ela.
            Futebol? É uma loucura, quantas vezes a galera perde a cabeça, xinga o juiz? Milhares!. O esporte desperta uma paixão desenfreada e irracional. Mas as pessoas esquecem isso. Todo mundo já sabe que não foi legal o que você fez, ok! ok! . Não a conheço, não sei nada sobre você, mas sinceramente acho que o futebol subiu sua cabeça, apenas isso. Não acredito que seja racista. E sim PESSOAL! ELA SE ARREPENDEU!. As pessoas se ARREPENDEM, ainda bem né.
            O que quero dizer com tudo isso, é que tanto eu como você (que está lendo agora) fazemos isso o tempo todo. Não, não é para passar a mão na cabeça e fechar os olhos, mas também não é para despejar seu comportamento ainda mais doentio em cima desse equivoco. Pois, no fundo você sabe que isso não é mais uma questão de racismo, é muito além.
            O que todos queremos é uma sociedade justa, sem preconceitos e racismo. Mas TODOS nós somos preconceituosos, seja de forma consciente ou inconsciente, então pare de tanto radicalismo e blablabla. Chega desse discurso hipócrita! Faça você à mudança, e não prolifere mais esse ódio todo. Dessa forma, sem dúvida você será superior. Justiça e vingança são conceitos completamente diferentes.
            Cara torcedora, força para aguentar esse massacre que vai muito além da sua atitude.

Milena Macena do Espírito Santo

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Estrangeirismo

Dolce & Gabanna, Victoria Secret, Chanel, Prada, Nike, são referências de marcas internacionais famosas.
            Pois bem, agora quero que lembre de uma marca brasileira referência no mundo!
            Talvez você pense, pense e não encontre resposta, ou até diga: Havaianas! (porque você viu a foto do Beckhan usando). Mas e aí? É só isso?
            Você adora lojas de importados, ou melhor, você tem muito dinheiro e viaja para fazer compras no exterior, as facilidades são fantásticas, os impostos lá são baixos. Porque aqui no Brasil o que mais vai encontrar são artigos chineses, que vivem dando defeito ou quebrando, até porque são fabricados a partir da escravidão dos trabalhadores da China, e o Brasil ainda importa e vários países também. E o pior: a gente compra! É barato...
            Não sei vocês, mas eu sou completamente analfabeta em inglês, infelizmente. Já tentei fazer aulas, mas não entra, não absorvo. Então meu computador dá problema e me aparece tudo na língua inglesa, emperrou, não consigo usar o tradutor do Google: Socorro!.
            No restaurante brasileiro o nome da comida é esquisito, suspeito que obviamente não se trate de nenhum prato nacional, mas olha que engraçado: é um prato típico daqui!. Mas porque esse nome? Acho que é para “norteamericanizar”, ficar chique.
            Os produtos brasileiros são repletos de impostos, e nossa cultura de valorizar apenas o que vem de fora reforça cada vez mais esse absurdo que pagamos nas nossas mercadorias.
            Quando aprendermos a apreciar o suficiente a nossa própria cultura, focaremos mais nos nossos produtos e talvez com as reivindicações necessárias os impostos enfim, se tornem um pouco menos injustos. E então olharemos em volta e perceberemos a nossa riqueza que o nosso velho complexo de vira-lata não nos permite enxergar.
            Mas, por favor, nada de radicalismo. Não faço referência a somente centralizar nossas mercadorias, até porque gostamos de opções. No entanto, uma ênfase melhor nos cairia muito bem, porque os produtos estrangeiros são legais, mas não são nosso. Menos estrangeirismo e mais brasileirismo. 

 Milena Macena do Espírito Santo
               
                    google images

sábado, 6 de setembro de 2014

Instintos e Barbárie

Às vezes me parece que as pessoas apenas procuram motivações para expressarem seus instintos mais primitivos e selvagens, e quando encontram tudo é barbárie.
            Assim ocorreu com a torcedora do Grêmio que está sendo tratada de forma absurda. Será que as pessoas não percebem que estão sendo mil vezes pior que ela?. A época da inquisição acabou.
            É lamentável saber que o racismo ainda perdura, mas querer cobrir um erro com outro é ainda estupidamente pior. Talvez ela seja apenas uma jovem que tenha sido levada pela torcida, pelo momento, provavelmente ela nem seja realmente racista, mas magoou e ofendeu. Nem por isso merece ser tratada como uma assassina e receber ameaça de linchamento, longe disso, muito longe.
            Não é cobrindo um ato equivocado com outro de maior grandeza que as coisas resolverão, só aumentará a fúria e a ira dessa galera que fica esperando por uma oportunidade para expressar o que há de pior em nós mesmos, os instintos mais selvagens.
            No Brasil parece que virou moda o “linchamento”, cada vez mais são noticiados esses casos e enfatizados de forma errônea, como se fosse uma consequência justa para um determinado comportamento. Não é nada justo, é abominável. Não somos dono da verdade e fazer justiça com as próprias mãos não! Chega de barbárie! Estamos no século XXI.

            Que a torcedora do Grêmio encontre paz, que a deixemos em paz! Por favor! E que nenhum outro boato provoque um assassinato, ou um cárcere privado de alguém. Que nenhuma palavra se torne suficiente para despertar sentimentos tão equivocados. Que olhemos primeiro para nós mesmo e que sejamos cada vez menos hipócritas. 
Milena Macena do Espírito Santo

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Os Opostos se atraem?!

Me responda você, os opostos se atraem?
            Ser honesto, simpático, divertido, fiel são referências maravilhosas que nem sempre funciona no âmbito da conquista.
            Na verdade um ótimo currículo nem sempre faz seu coração disparar, e o que todo mundo procura é alguém que te tire do comodismo e agregue coisas novas, que te faça feliz pelo simples fato de mostrar que você pode ser muito mais do que já é.
            A mesmice não te ajuda, o diferente te move. Às vezes encontrar o seu oposto é requisito indispensável para o seu processo de autoconhecimento, pois permite o novo, o inusitado.
            Embora seja incrível essa convivência e descoberta não significa que fiquem juntos, após passar essa adrenalina inicial as diferenças falarão mais alto e chegará o momento que você irá cansar. A não ser que as qualidades se preencham. Mas como assim?
            Bom, se as características semelhantes forem positivas, tudo mais que maravilhoso, no entanto, se forem os mesmos defeitos que o seu não há santo que resolva. Ninguém quer ver seus próprios defeitos o tempo todo, e então quando encontra algo que diversifica completamente do habitual e que te traga aprendizagem isso sem dúvida é preenchimento. Dessa forma as diferenças serão toleradas.
            A afinidade sem dúvida é indispensável em qualquer relação, compartilhar conversas, risadas e problemas com alguém que te compreenda e te respeite é extremamente importante. Que façam programas juntos sem cobrança ou obrigação, mas por prazer de desfrutar da companhia de alguém mais maduro, que não apareceu para te igualar, mas para agregar e enriquecer o que já existe.
            Então, não brigue com você mesma, ninguém manda no coração. Arrisque e descubra o melhor de você, mas cautela é sempre muito bom, e a escolha é sua. Os opostos podem até se atrair, mas não significa que fiquem juntos, a não ser que edifique.
 Milena Macena do Espírito Santo