terça-feira, 29 de abril de 2014

Daniel Alves


            Acordei hoje pensando que estava em outro século, que coisa esquisita. Lembro-me perfeitamente do noticiário ontem, a televisão tinha cores, e agora estou no computador. Não, estamos no século XXI mesmo, que susto!
            Porque às vezes parece que retrocedemos muito. O Daniel Alves vítima de racismo, isso ainda existe, por isso tive a impressão que estava em outra época. Mas não, é aqui e é agora. E isso é sério, muito sério.
            Ah Daniel! Como é espirituoso, comeu a banana que jogaram para ofendê-lo, isso sim é um gesto incrível. Fiquei fã! Juro a vocês!. Adoro quando o gesto ofensivo é combatido com humor ou com indiferença. Isso exige muito esforço, e põe esforço nisso.
            E pensar que ele convive com isso há 11 anos, segundo o próprio numa entrevista. Aprendeu a conviver e retrucar da melhor maneira. 11 anos?! 11 anos ouvindo piadas estúpidas, sendo agredido verbalmente e tratado como “diferente”. Acorda meu povo! Até quando isso?!
            O que uma cor muda?! O caráter está por dentro, os sentimentos idem.
            Adoro cores, diversidade! O mundo seria muito sem graça se todos nós fossemos uma só cor. Que coisa mais insossa e sem vida! Gosto de cores, vibrações, alma, sentimentos, carisma. DIVERSIDADE.
 Milena M. E. Santo
  
               

            

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Atenção, leitores!

   Hoje tive a honra de ser agraciada com a ilustre presença do professor e escritor Almeida Junior. Como se não bastasse a iluminada presença, fui presenteada também com suas obras infantis paradidáticas, que logo tratei de devorá-las!
   Se você, assim como eu, se preocupa com formação ética das crianças, vai adorar presentear seus sobrinhos, filhos e/ou amigos com livros extremamente educativos e edificantes.
   Ganhei 4 livros: "Ajudar é bom e faz bem"; "A minha família não deixo acabar"; "Bullying" e "Meus Heróis"
   Super recomendo. 
   E é claro que eu tive um favorito entre eles, o livro "Meus Heróis" é extremamente lindo, com rimas delicadas e divertidas. Além de uma mensagem super bonita! 
  Os livros podem ser encontrados na Escariz 
  Agradeço muitíssimo a atenção, o carinho e os presentes, Professor!


   

domingo, 20 de abril de 2014

A Cultura do Desassossego

Com o passar do tempo tudo se modifica, até porque nada é imutável. E através dessas transformações agregamos e perdemos alguns valores.
            Certos feriados antes tão aguardados, ansiados pela união e brincadeiras que representavam hoje se tornaram supérfluos (isso quando não são esquecidos). Outros hábitos se tornaram culturais a partir das modificações da sociedade, muitas vezes, comportamentos que jamais imaginamos ter um dia, talvez por falta de recurso, tecnologia ou até mesmo independência para tomar certas atitudes e recriar circunstâncias.
            Qual a beleza de tudo isso?
            A cultura sempre é preciosa, nos diz muito sobre as pessoas de determinado lugar, a respeito de suas crenças e costumes. Diversifica e nos mostra uma imensidão de possibilidades de viver.
            Frequentemente questiono o que está por trás de determinada tradição. Algumas permanecem pelas suas graciosidades e virtudes, outras, pela religiosidade. Mas todas por alguma motivação muito forte.
            Lembro-me que quando criança, na rua onde morava a semana santa era festiva, assim como todas as datas comemorativas. Achava incrível!. Eu e minha mãe subíamos a ladeira, lá ficava a concentração das atividades. Tinha pau de sebo e a queima do Judas, com tal de testamento com toda a vizinhança. Como eu era pequenina, ficava no braço da minha mãe acompanhando tudo, só assim conseguia enxergar.
            Colocavam dinheiro em cima do pau de sebo, muitos rapazes tentavam sem sucesso essa difícil empreitada. A única coisa garantida era o divertimento.
            Hoje, as pessoas se trancam em seus apartamentos ou viajam para as praias. Não existe integração com a vizinhança e muito menos brincadeiras.
            O que predomina são carros de som a incomodar o sossego alheio. Falta de respeito e de empatia. Me parece que o único entretenimento  é empurrar seu gosto musical goela abaixo para os vizinhos, que não estão nem um pouco interessados em compactuar tal gosto. Somos obrigados a vivenciar essa poluição sonora.
            Não existe conversa, modo educado de falar e pedir para diminuir o volume. As pessoas raramente se importam com os que a cercam. A cultura se tornou individualista e egocêntrica. A cultura do desassossego, da inquietação e da falta de respeito.
         Milena Macena do Espírito Santo   
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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Motô tem assédio no ônibus!

Fazia calor, cerca de 11:40h da manhã, voltava do comércio. Geralmente esse horário os ônibus estão lotados, mas não na terça-feira, tinha até lugar para sentar.
            Ouço um homem gritar duas cadeiras atrás da minha:
            - Motô teve assédio no ônibus!
            Todos se entreolharam assustados. Ele retorna a gritar:
            - Seu safado! Sem vergonha! É você mesmo! Seu gordo tarado!
            Novamente todos perplexos! Mas com quem aquele homem falava? Será que estava bêbado? Ninguém especial olhava para ele como retruca de tal ofensa.
            - Vai olhar não?! Seu safado se fosse com minha filha eu acabava com você! Se levante e saia do ônibus!
            Ninguém sabia o que estava acontecendo. Aquele homem berrava com quem afinal?
            - Motorista pare esse ônibus, o homem assediou a menina!!
            Me dirigi a ele, curiosa como sou:
            - Senhor o que aconteceu?
            Ele responde, aos berros:
            - Eu não sei! Estava dormindo! Foi meu irmão quem disse que aquele homem ali estava assediando essa menina aqui!
            Olhei para a menina, tadinha, tão assustada, estava bem atrás de mim. Com farda da escola, nos seus 15 anos. Perguntei:
            - Moça, aquele homem fez alguma coisa com você?
            - Ele estava segurando a minha mão.
            De repente o motorista interrompe a conversa e grita:
            - Quem foi à menina?!!! Se levante aí!
            O outro berrou novamente:
            - Foi esse homem motorista que estava assediando a menina!! (deu um tapa nas costas dele)
            O homem permaneceu sentado, mirando com raiva tudo que acontecia, como se não fosse com ele.
            Olho para mocinha e converso com ela:
            - Olha só, o motorista pediu para você se levantar, se levante, não fique com medo não tá?
            Ela se levanta e se dirigi até o cobrador, onde concentrava toda a gritaria.
            O motorista pergunta:
            - O que ele fez com você?!
            Ela, muito assustada (com toda razão) responde, meio trêmula:
            - Nada não, ele só estava querendo segurar a minha mão!
            Mais uma vez, o condutor questiona:
            - Quer ir à delegacia?!
            - Não, não!! ( e retorna timidamente a seu assento)
            O senhor volta a gritar aos berros!
            - Motorista abra essa porta agora! Que ele vai descer, vamos expulsar ele! Não é porque ele é gordo que pensa que vai me bater não! Seu gordo safado! Tarado! Se fosse minha filha eu acabava com você!
            O acusado finalmente se levanta e diz:
            - Seu filho da p@##*!
            - É o quê seu tarado?!!!
            A menina, tadinha, estava em choque. Sentei ao lado dela e comentei:
            - olha...não se preocupa, quando isso acontecer saia de perto, fale ao cobrador, não fique com medo não tá?!
            - tá certo!       
            O motorista então abre a porta.
            O acusado se levanta e começa e ofender verbalmente o motorista e o homem que gritava. Outros também se manifestam. Agora são 4 rapazes envolvidos na confusão.
            O que gritava desde o início estapeou o acusado nas costas e o empurrou para fora do ônibus.
            Outra discussão. O acusado fora do ônibus xingava todos.
            Pensei: é a barbárie! Vão lixar o homem!
            Uns 15 minutos nessa confusão, o ônibus segue, com o acusado na rua.
            Mas não para por aí. O rapaz estava muito exaltado e continuava a gritar no ônibus.
            Sei que a coisa é séria, mas confesso, estava me esforçando para não rir!
            Continuei sentada ao lado da menina, para que aquele homem não continuasse com aquele alarde, ela já estava assustada o bastante! Muito intimidada com tudo.
            Permanecemos sentadas com nossos ouvidos cansados daquela gritaria do senhor no assento atrás da gente.
            Sei que é sério, mas, por favor! Fazer justiça com as próprias mãos não né gente! O acusado que tentava segurar a mão da moça usava aliança na mão esquerda (observei), devia ter entre uns 38 a 40 anos. Não foi nada legal essa atitude e devemos repudiar. É claro que nada deve ser banalizado! Mas só faltou um espancar o outro. A atitude do motorista foi bastante coerente ao perguntá-la sobre a delegacia.          Ao chegar ao ponto do meu destino, me despedi da mocinha, que naquele momento estava mais tranquila. Desci e duas outras passageiras também desceram, nos olhamos e começamos a rir sem parar! Mas que surreal! Estávamos em crise de riso!
            Que coisa estupidamente engraçada! O homem nem tinha visto, dormia, mas já havia dado um senhor tapa nas costas e empurrado o homem do ônibus, imagine se tivesse visto! . O irmão que a tudo viu, nem se pronunciou, deixou a briga rolar solta kkkk. Imagine se fosse mais sério! É barbárie!.


domingo, 13 de abril de 2014

Família!

Família é mesmo uma maravilha, tem a parte da mamãe e a parte do papai. Primas e tios que moram longe, e por isso não desfrutamos de uma convivência próxima. Mas, talvez seja esse o segredo que mantém a admiração preservada.
         Nossos encontros familiares é sempre uma festa, ou a maior confusão. São mal entendidos, informações desencontradas, um diz uma coisa outro diz outra e no fim ninguém entende quase nada. A grande alegria disso tudo é a união, nossos tios e primas chegam de muito longe para festejar e isso se torna o mais importante. Saudades são amenizadas e passeios são acrescentados. Uma semana festiva se inicia.
         Nessa mistura toda, tem as pequeninas, os bebês, a nova geração. Uma fofura. Descubro que estou ficando velha depressa, e necessito de um babador por que é doçura demais dessas pequenas priminhas.
         Durante a semana do reencontro tudo passa rápido demais, o tempo relativiza e necessitamos aproveitar o máximo, por que outro encontro só daqui há uns 3 ou 4 anos. Você faz uma redescoberta, sua prima de Recife além de linda e simpática (que sempre foi) se tornou muito mais engraçada, e é uma delícia as conversas e as confusões para tirar uma simples foto, tudo se torna prazeroso e crises de riso intermináveis acometem vocês. A prima do Maranhão além de top model, alegre e carismática se torna sua companheira de confidências e passeios agradabilíssimos, relembram momentos da infância e adolescência que jamais serão esquecidos, por que a ligação entre vocês sempre foi muito forte.
         Outras primas e primos infelizmente não puderam comparecer, mas foram lembrados.
         Então nessa misturada, em que cada um fala e tudo se enrola. Vocês se olham e riem, porque tudo é graça. Seu primo publicitário, criativo, sarcástico e divertido tem sempre as melhores pérolas, ele bem que sabe animar a primarada. Sua prima muito estilosa e personal stylist é puro glamour e tendência, antenada e super na moda, além de culta e viajada. Tem também a prima psicóloga que é um doce e super tranquila, além de uma ótima companhia. Tem o fisioterapeuta que mais parece um show de comédia, é ele quem tira as melhores fotos. A prima mais séria e estudiosa, as primas que são mamães e que continuam com o corpinho de adolescente.
         As tias e tios maravilhosos. O tio amoroso e que adora passear. O tio legal que adora vatapá. A tia super inteligente e intelectualizada. A tia que gosta de conversar e gargalhar, a tia mais tranquila e observadora. Você para e observa, seus tios são todos carecas!.
         Irmão se preocupa e usa boné, pois as entradas já estão dando fé!
         Então é hora de terminar, logo agora que estava a gargalhar!
         Primos e primas irão viajar, pois há um longo caminho a trilhar.
         Saudade sempre ficará, mas outros encontros ocorrerão.
         Já que a família mora no coração.

 Milena Macena do Espírito Santo

 A pedido do meu primo publicitário, fica aqui um pouquinho da nossa história!
Fisioterapeuta, a palavra relativizar Mel não vai entender, mas o primeiro parágrafo tentei me utilizar da mesma linguagem que a pequenina. kkkk 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Amor

O amor é mesmo fonte inesgotável de surpresas. Há quem diga que quem ama sofre, mas qual o sentimento que não tem seu avesso?
         Durante nossa vida conhecemos vários tipos de amor: o materno, o fraterno, e o amor romântico, este último certamente fez com que você tivesse curiosidade de ler o texto.
         O que acontece é que todos têm a necessidade de entender esse sentimento, que tanto nos causa felicidade, outra, sensações tão dolorosas.
        Você irá amar, alegrar-se, entristecer-se e se decepcionar. Serão suas experiências até você encontrar aquele amor estável e sereno, mas não tanto. Poderá também abdicar desse amor se assim o preferir, e nem por isso sua vida será menos bela.
         Está bem acompanhada é maravilhoso, convenhamos. No entanto, o amor que jamais poderá esquecer é o de você para você mesma. O amor próprio, exatamente. Sem ele você se torna um “imã” de sentimentos ruins e não desfrutará com alegria das incríveis sensações que a paixão pode proporcionar, pois o ciúme, a insegurança sempre te puxará pelo braço e você certamente irá com eles.
         Não existe ninguém igual a você, caro(a) leitor(a), você é único(a) no mundo. Se concentre nas suas características positivas, mas, por favor! Não esqueça as negativas, trabalhe e converse com elas, sempre querem dizer algo.
         Sem o amor próprio você correrá o risco de se confundir com a outra pessoa e se tornar alguém sem vontade própria. Quem é você afinal? O que você gosta?. Se não souber, não espere que outra pessoa saiba, ninguém tem essa obrigação.

         Depois do encontro com você mesmo(a) tudo o que vai querer é paz. A paz é tão valiosa que a paixão passará para o segundo plano. No fundo, é a serenidade que todos procuram. Nem todos encontram, mas procurar bem que procuram, e estão certíssimos!.
   Milena Macena do Espírito Santo
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domingo, 6 de abril de 2014

Cartas

Se você nasceu na era digital dificilmente mantém o hábito de enviar cartas. Porque o e-mail e as mensagens no celular já são suficientes, além da praticidade que representa.
            Mas nada se compara ao encanto das cartas, especialmente escritas a mão. Às vezes perfumadas, outras desarrumadas.
            As cartas representam um pouquinho de sentimento, misturado a cuidado e atenção. Você tem o trabalho de escrever e dedicar um pouquinho do seu tempo para levar noticias, expor sentimentos ou palavras que não conseguem falar.
            Durante a minha adolescência minha grande amiga de infância foi morar na Bahia, outra em Brasília, trocávamos cartas, guardo todas até hoje. Sempre ficava na porta: - Seu Ananias hoje tem carta?!, perguntava ao carteiro.
            - Hoje não Milena, mas amanhã quem sabe!
            E sempre chegavam as cartas. Até que depois de certo tempo não mais apareceram, porque as redes sociais bastavam. Para mim não, ao mesmo tempo em que aproximou, distanciou ainda mais. As respostas eram esperadas, as novidades aguardadas, mas com a internet isso banalizou e distanciou ainda mais a amizade. Quase não nos falamos mais.
            As fotos já dizem tudo, não necessita de legendas ou comentários. As conversas não são mais necessárias porque tudo já está visualizado. Sabemos se está relativamente bem ou não a partir das redes sociais, sem que para isso necessite uma conversa. Aparentemente estamos bem, e isso é o que importa.
            Muita coisa está banalizada, então quando passamos a manter algo não mais utilizado com frequência pelas pessoas é extremamente diferente e visto como esquisito. As cartas me inspiram encantamento e afeto, dedicar seu tempo a escrever cuidadosamente para alguém é sinal de carinho. Afinal, o tempo se tornou escasso hoje em dia, ninguém quer perder, e dedicá-lo a alguém é sinal de importância.

            Guardo minhas cartinhas com muito zelo, às vezes me pego relembrando algumas e me divertindo. Frequentemente escrevo e envio bilhetinhos de aniversários. Faço questão de manter certos hábitos com carinho.
Milena M. E. Santo