Com o passar do tempo tudo se modifica,
até porque nada é imutável. E através dessas transformações agregamos e
perdemos alguns valores.
Certos
feriados antes tão aguardados, ansiados pela união e brincadeiras que representavam
hoje se tornaram supérfluos (isso quando não são esquecidos). Outros hábitos se
tornaram culturais a partir das modificações da sociedade, muitas vezes,
comportamentos que jamais imaginamos ter um dia, talvez por falta de recurso,
tecnologia ou até mesmo independência para tomar certas atitudes e recriar
circunstâncias.
Qual
a beleza de tudo isso?
A
cultura sempre é preciosa, nos diz muito sobre as pessoas de determinado lugar,
a respeito de suas crenças e costumes. Diversifica e nos mostra uma imensidão
de possibilidades de viver.
Frequentemente
questiono o que está por trás de determinada tradição. Algumas permanecem pelas
suas graciosidades e virtudes, outras, pela religiosidade. Mas todas por alguma
motivação muito forte.
Lembro-me
que quando criança, na rua onde morava a semana santa era festiva, assim como
todas as datas comemorativas. Achava incrível!. Eu e minha mãe subíamos a
ladeira, lá ficava a concentração das atividades. Tinha pau de sebo e a queima
do Judas, com tal de testamento com toda a vizinhança. Como eu era pequenina,
ficava no braço da minha mãe acompanhando tudo, só assim conseguia enxergar.
Colocavam
dinheiro em cima do pau de sebo, muitos rapazes tentavam sem sucesso essa
difícil empreitada. A única coisa garantida era o divertimento.
Hoje,
as pessoas se trancam em seus apartamentos ou viajam para as praias. Não existe
integração com a vizinhança e muito menos brincadeiras.
O
que predomina são carros de som a incomodar o sossego alheio. Falta de respeito
e de empatia. Me parece que o único entretenimento é empurrar seu gosto musical goela abaixo
para os vizinhos, que não estão nem um pouco interessados em compactuar tal
gosto. Somos obrigados a vivenciar essa poluição sonora.
Não
existe conversa, modo educado de falar e pedir para diminuir o volume. As pessoas
raramente se importam com os que a cercam. A cultura se tornou individualista e
egocêntrica. A cultura do desassossego, da inquietação e da falta de respeito.
Milena Macena do Espírito Santo
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