Na maternidade, assim que você nasce
seus dias já estão contados para o destino final.
Você
evita a palavra, não gosta nem de pensar, mas nessa vida incerta a única certeza
que temos é que iremos partir, e quanto a isso você não poderá fazer muita coisa,
suas precauções, seus cuidados, sua superproteção será em vão. Você não tem o
controle de tudo.
De
repente ela chega sem ser convidada e te causa a dor mais profunda da sua vida,
ela te lembra que a vida é curta e deve ser bem vivida, mas sem excessos.
É
um descompasso, uma palpitação, um desalento, angústia e desespero, mas também
é libertação, descanso e consolo.
O
que escrevo se denomina luto ou lamento, é um pesar que amedronta, põe medo.
Faço
referência ao choro, ao nada e a tudo. O extremo, o avesso e o oposto.
A
finitude e a eternidade. A pressa e a demora. A dor e o alívio.
A
vida e a morte. O materialismo e a espiritualidade. A razão e a emoção. A lucidez
e a loucura.
É
a saudade física de alguém, é uma dor que não se cura, mas ameniza. Quem perde
alguém, perde a si mesmo um pouquinho também. A vida segue e com ela as dores
se transformam: você sorrirá novamente. Dê um tempo a você, mas não paralise,
siga em frente.
Para
quem ama e tem esperança fica o consolo do reencontro, porque acreditar é
preciso. Façamos o melhor do agora porque amanhã não teremos tempo.
Milena Macena do Espírito Santo
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