sábado, 16 de agosto de 2014

A Morte

Na maternidade, assim que você nasce seus dias já estão contados para o destino final.
            Você evita a palavra, não gosta nem de pensar, mas nessa vida incerta a única certeza que temos é que iremos partir, e quanto a isso você não poderá fazer muita coisa, suas precauções, seus cuidados, sua superproteção será em vão. Você não tem o controle de tudo.
            De repente ela chega sem ser convidada e te causa a dor mais profunda da sua vida, ela te lembra que a vida é curta e deve ser bem vivida, mas sem excessos.
            É um descompasso, uma palpitação, um desalento, angústia e desespero, mas também é libertação, descanso e consolo.
            O que escrevo se denomina luto ou lamento, é um pesar que amedronta, põe medo.
            Faço referência ao choro, ao nada e a tudo. O extremo, o avesso e o oposto.
            A finitude e a eternidade. A pressa e a demora. A dor e o alívio.
            A vida e a morte. O materialismo e a espiritualidade. A razão e a emoção. A lucidez e a loucura.
            É a saudade física de alguém, é uma dor que não se cura, mas ameniza. Quem perde alguém, perde a si mesmo um pouquinho também. A vida segue e com ela as dores se transformam: você sorrirá novamente. Dê um tempo a você, mas não paralise, siga em frente.
            Para quem ama e tem esperança fica o consolo do reencontro, porque acreditar é preciso. Façamos o melhor do agora porque amanhã não teremos tempo.
    Milena Macena do Espírito Santo

                      

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