domingo, 10 de agosto de 2014

Pai

       Hoje dedico meu texto para aquele que adora lê-los, que toda semana espera que eu escreva e me deixa entusiasmada com seus comentários sobre eles.
            Aquele que me tira do sério como ninguém, que fala, fala, fala sem parar, igualzinho a mim.
            Aquele extrovertido, muitas vezes palhaço, às vezes ácido e irônico. Curioso como só ele.
            Aquele que adora discutir política e que eu detesto ouvir.
            Aquele atrapalhado, que não demonstra muito o que sente e quando sente, mas que observa tudo, absolutamente tudo.
            Aquele que me pegava todos os dias na escola, e que hoje torce pelo meu sucesso profissional.
            Aquele que adora reclamar de tudo, que o que mais gosta é “aparecer”. O dançarino, o contador de piada, o cowboy.
            Aquele que embora tenha me irritado durante quase todas as solenidades, abrilhantou minha formatura com sua dança anos 60, mesmo que a música seja um samba misturado com bossa nova.
            Aquele que olha silenciosamente e que no fundo sabe o que sinto, embora nada fale a respeito. Sei que faz o melhor por mim, do seu jeito.
            Aquele que quando acorda canta e me desencanta, atrapalhando meu sono.
            Aquele que sempre faz o melhor por mim, mesmo que eu não entenda e me aborreça, porque sei que quer sempre o meu bem, só que do seu próprio jeito.
            Aquele que sempre compareceu as minhas apresentações do colégio.
            Aquele que sempre me inspirou a ler e a escrever, mesmo que não reconheça isso.
            Aquele que adora pagar um mico, e me diverte por isso, afinal eu tinha que puxar a alguém, né verdade?
            Aquele que me deixa brava e me deixa calma.
            Aquele que gosta de tudo que é misterioso e intrigante, igualzinho a mim.
            Aquele que tem cheiro de incenso e paz, mas que pode provocar um alvoroço.
            Aquele que é o careca mais charmoso.
            Aquele que me deixa livre para eu ser quem sou, e isso é o que mais gosto.
            Aquele que quase nunca me censura, pois entende que tenho meu próprio jeito de ser e respeita muito isso.
            Aquele que é uma antítese em minha vida. O silêncio e o barulho.
            Aquele que me deu a vida e me criou e a quem sou grata por tudo, embora nem sempre demonstre, também sou orgulhosa, papai.
            Aquele que é o meu pai, que eu não o trocaria por nenhum outro, pois o amo do jeitinho que ele é, mesmo sem concordar com algumas coisas.
            Obrigada pela vida, pela presença, pela educação, pela inspiração, por tudo.
            Ao meu pai, o meu amor e a minha paciência também.
 Milena M. E. Santo
                    

                      

2 comentários:

  1. Amor de pai e mãe: Um sentimento incondicional que consegue extrair de nós o que temos de melhor para oferecer ao próximo. Ele vence os preconceitos, não tem distância e supera qualquer dificuldade.

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