quinta-feira, 1 de maio de 2014

Brasil: um país de paliativos

Bolsa família, cotas sociais, são apenas alguns exemplos de paliativos que o governo se utiliza para tapar um buraco que se estende por muitos e muitos anos.
            Há décadas atrás, as escolas públicas eram sinônimo de excelência, por elas passaram e formaram-se professores brilhantes, jornalistas competentes, assistentes sociais comprometidas, médicos, advogados, engenheiros. Atualmente esse quadro mudou drasticamente, escolas públicas estão em estado de calamidade, só passam por elas realmente quem não obtém dinheiro suficiente para matricular seus filhos em escolas particulares. Dessa forma, criaram-se diversos programas afim de equiparar: o sucateamento das escolas, a situação miserável de uma grande parcela da população, e a entrada nas universidades desses alunos, em situação extremamente diferenciadas dos seus futuros colegas universitários que tiveram a chance de estudar e fazer cursinho em grandes escolas privadas, referência em educação.
            Em relação aos futuros profissionais que irão formar, acredito que os alunos advindos das cotas sociais nada sofrerão em relação ao seu desenvolvimento universitário enquanto aprendiz. Visto que todo o arsenal para futura profissão será apreendido no decorrer do curso, e muitas vezes, certas profissões nem se quer se utiliza de grande parte do que estudamos na escola. Não resta dúvida que todos têm igual capacidade de aprender e se desenvolver (exceto em casos especiais).
            No tocante, o fato mais preocupante é a permanência desses estudantes na universidade, de modo que algumas graduações necessitam de aparelhagem e materiais de grande custo, que dificilmente os alunos provenientes das cotas sociais poderão arcar. Dessa forma, acabam por abandonar seu curso. Logo, se faz extremamente necessário investimento urgente nas escolas públicas e soluções para permanência desses alunos.
            O mesmo ocorre com as cotas para deficientes. Entram na universidade e elas não estão aptas para recebê-los. Cadeirantes, cegos, encontram enorme dificuldade de locomoção devido à arquitetura e engenharia das instituições. Assim também, os deficientes auditivos, falta monitores especializados em LIBRAS, etc, etc e etc.
            Mas, o que mais incomoda, é que muitas vezes determinados programas não questionam seu público-alvo. Afinal, são eles que irão vivenciar e sofrer as consequências. Não sou eu, nem você, que estudamos em escolas particulares e não possuímos deficiência física que devem apresentar contribuições a respeito da problemática. E sim, os próprios estudantes e pessoas com deficiência que devem ser questionados, eles que irão vivenciar, para eles que devem perguntar e convidar para a elaboração de tais programas.
            No que se refere à bolsa família, que a meu ver é mais uma forma de reeleição que de preocupação com a população brasileira marginalizada. Embora considere de uma politicagem absurda, sei que para quem vive na miséria absoluta é de enorme importância para sobrevivência, já que as desigualdades sociais são absurdas. Não falta só emprego e educação, falta tudo.

            Sempre questiono até quando iremos tapar buracos para que finalmente invistam de verdade no problema. O Brasil sem dúvida alguma seria uma grande potência se não houvesse corrupção, mas isso não é novidade para ninguém. Ficaremos até quando a esperar soluções que nunca chegam?
Milena Macena do Espírito Santo

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