terça-feira, 29 de julho de 2014

Maria Vai com as Outras

    Maria vai com as outras nunca soube quem era, pois nunca pensou por ela mesma. Coloca sempre a culpa nas pessoas por suas atitudes como se não tivesse o poder de escolha.
            Insiste em ser guiada, influenciada para não assumir o compromisso de suas responsabilidades. Pobre Maria, nem se quer sabe distinguir seus próprios anseios, não reflete, só reproduz o que ver. Ela é boa em cópia porque não aprendeu outra maneira de viver e ver o mundo. Pobre, pobre Maria.
            Mas a Rebeca e a Vitória enxergam muito além das aparências e insistem em ser autênticas, discutem e brigam por pensarem por conta própria. Mas Maria jamais entenderá o que é ser autêntica, nunca aprendeu, só copiou, essa foi a maneira que ela encontrou de viver, mas cômoda e acrítica. Nem melhor nem pior, ela só ainda não se descobriu.
            Quem se descobre e se reinventa sabe como é bom viver por si mesmo, mesmo tropeçando e levando topadas, se atrapalhando. Porque personalidade firme é responsabilidade, exige firmeza e coragem. A diferença atrai e espanta, por que é o oposto da normalidade.
            A normalidade é como Maria, vai sempre com as outras. A diferença encanta e espanta, mas possui originalidade. Porque no mundo de normalidade quem pensa por si só causa estranhamento. Mas Maria ainda não sabe que pode ser única, ela apenas insiste em ser uma cópia. Um dia Maria descobrirá que o melhor mesmo é ser ela própria, com seus erros e acertos.

   Milena Macena do Espírito Santo
               

2 comentários: