Relutei bastante para não assisti a
novela “Amor à vida” de Walcyr Carrasco, muita violência, família desestruturada, irmão passando a
perna na irmã, e pior...abandonando a sobrinha numa caçamba de lixo. A graça
era Valdirene, convenhamos.
Sou
fã incondicional das novelas de Manoel Carlos ( o “Maneco”), embora trate
sempre dos mesmos assuntos, focalizando sempre o Rio de Janeiro e suas belas
paisagens como plano de fundo, e a trilha sonora sempre muito parecida em todas
as novelas, que por sinal eu adoro! Uma bossa nova, um MPB. Transmite uma
atmosfera familiar, muitas vezes com traições e dilemas familiares. Na
verdade o Maneco deve ser muito família mesmo!. Ele definitivamente tem sua
característica, não diversifica nos seus assuntos, dificilmente encontramos
algo radical em suas novelas, mas essa é a peculiaridade dele, que por sinal
sou muito fã, ah mais isso vocês já sabem.
Nem
sei por que mencionei o Maneco, deve ser por que estamos em transição de uma
novela do Walcyr para a última de Manoel Carlos (já estou saudosa, por se
tratar da última).
Embora
não tenha gostado de “Amor a Vida”, Walcyr foi muito feliz ao ocasionar a
cegueira no personagem do Antônio Fagundes (César). Achei extremamente
metafórica e pertinente. A Paixão cega meus caros!
Homens
e mulheres se perdem nesse labirinto emocional que é a paixão. Paixão é uma
espécie de droga, adrenalina, que faz o individuo perder o bom senso e muitas
vezes o amor próprio. É alteração dos sentidos e diminuição da racionalização.
Assim
como César, homens se tornam marionetes nas mãos de mulheres sádicas, por pura
paixão. Mulheres perdem o bom senso pela mesma motivação.
E
vá reclamar com o tal do individuo sobre sua companheira, sua opinião será
aniquilada e você será rebaixado para o menos importante numa escala de 1 a 10,
acredite você seria o 11º.
Não
há conselho, palavras, provas suficientes contra nada, a atração é fatal, imune
a qualquer bombardeio que venha de parte alheia. A vista cessou! defeitos não
existem, perigos não existem, só existe paixão. E por quanto tempo dura? Não faço
ideia.
Mas,
querido leitor, nem tente passar colírio nos olhos alheios, nem proporcionar
uma cirurgia ocular, nada adiantará, nada! Você será odiado e a paixão será
fortalecida.
Walcyr
realmente ganhou muitos pontos comigo com essa cegueira de César, pois assim
como a paixão a cegueira do tal César também passará.
Milena Macena do Espírito Santo
Não tinha pensado por esse ângulo metaforico. Muito bom mesmo,excelente! Parabéns!
ResponderExcluirObrigada!!!
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