Dexter: um herói às avessas / A Educação como influência da personalidade

  Sei que é precipitado mas, vocês me conhecem, quando tenho uma opinião não importa se possuo embasamento teórico ou não, opino do mesmo jeito.

 Quero conversar com vocês sobre Dexter, um seriado norte americano que vem me fascinando completamente.

  Assisti apenas dois Dvd`s da primeira temporada, que provavelmente deve ter sido seis capítulos. O suficiente para me intrigar e me fazer pensar sobre o papel da educação. Isso mesmo, educação.

   Se ainda não assistiu pare a leitura por aqui, posso estragar a neutralidade da sua percepção sobre a série. Mas, caso seja ansiosa(o) assim como eu, vamos em frente.

  Dexter é um psicopata, pelo menos é o que fizeram com que acreditasse. O que entendo sobre psicopatia? nada, apenas o que você e todas as pessoas leigas sabem. Os psicopatas são pessoas desprovidas de sentimentos, indiferentes, vazios, não sentem amor, muito menos culpa.

   Dexter foi adotado por um grande policial, era criança e foi encontrado numa cena de crime.

   Quando uma criança vive em um ambiente hostil, ou já presenciou várias cenas de violência, não é de se estranhar que cresça achando a violência natural. Já que essa foi a vida que lhe foi ensinada.

   Nascemos com o nosso temperamento, único. No entanto, somos moldados através da educação e do meio em que vivemos. Mas para um psicopata nada disso adianta (meu achismo, represento o senso comum neste momento, visto que não estudei nada sobre o assunto, apenas apreendi a partir de reportagens e novelas, isso mesmo, novelas).

   Voltando a Dexter, quando foi adotado, seu pai percebeu que Dex tinha um certo fascínio por sangue, matou cachorros e os enterrou. Ora, crianças não têm juízo, a educação dos pais irá ensinar o que é certo e errado. Tenho um primo que explodia lagartixas quando pequeno, cortava os fios da televisão e empurrava todo mundo na piscina, especialmente os que não sabiam nadar[...]. Abominável? ensine o certo. Ele não é nenhum psicopata hoje, muito pelo contrário.

   O fato é que o pai de Dexter não achou nada natural esse comportamento, e não é, jamais devemos banalizar. Mas o criou como um psicopata, tentando transformar seu instinto por sangue para algo benéfico. E assim o condicionou a querer justiça, e a fazer justiça com as próprias mãos. Matando as pessoas "ruins", se tornando um serial killer.

   Mas por quê Dexter tem tanta paciência para fingir e querer ser sempre bom e fazer as coisas certas? Por que trata sua irmã, Debra Mogan, tão bem, e ainda a ajuda no trabalho? E Rita, sua namorada que tem dois lindos filhos? ninguém o obriga a brincar com as crianças, mas ainda assim brinca. Quando foi quase descoberto em um de seus crimes, se preocupou muito com Rita (que já sofreu demais com um ex marido traficante de drogas que a espancava) e com seus filhos.

   Se Dex fosse indiferente e "oco" como pensa ser, provavelmente não teria paciência para mostrar tanto afeto e muito menos se preocupar com as crianças. Ele é extremamente perceptivo. Quando comete um assassinato, procura ter absoluta certeza que a pessoa é "má"(nas condições que foram ensinadas a ele, criminosos, assassinos. - ninguém tem o direito de fazer "justiça" com as próprias mãos! só estou desenvolvendo o texto a partir das circunstâncias que ele foi condicionado desde criança, por favor hein! ), e que não cometerá nenhuma "injustiça". Ele passa angústia por se sentir diferente das outras pessoas, isso é sentimento.

  Dex é "estranho" e se sente estranho, isso sem dúvida. Mas, como sou precipitada não esperei os próximos capítulos para compartilhar meu pensamento com você, me adiantei. Aguardo ansiosamente os próximos episódios dessa estória fascinante. Está claro que sua educação teve uma forte influência de seu pai adotivo. Fazendo-o acreditar ser uma pessoa vazia de sentimentos, e ainda assim o amou e tratou de criar da melhor maneira que encontrou. Mas será que ele sabe que tem sentimentos? o pai provavelmente não sabia, veremos nos próximos capítulos.