quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Trava Criativa

   Minha trava criativa ocorreu na universidade. Chamo de trava criativa a falta de oportunidade, inspiração e tempo de exercer algo realmente livre e autêntico.
   A universidade é sim um ambiente propicio para agregar e exercer a criticidade. No entanto, você deve seguir inúmeras regras, não me refiro apenas as normas da ABNT não, que por si só já são bem metodicazinhas. Mas especialmente ao método de alguns professores.
   A resenha deve ser baseada no livro que leu, obviamente. Logo, você deve ter SUA opinião crítica sobre a obra. Isso é autêntico, se não fosse pelo fato de eu não poder expressar a minha opinião. Acontece que nem sempre minha opinião é igual a do autor, e minhas argumentações podem ser baseadas nas minhas próprias concepções.
   Mas não, nem todo professor quer que você tenha um pensamento diferenciado. Embora lá seja o local para exercer a criticidade, não esqueçam. Sim, já ouvi dizer que deve escrever adequadamente com a norma acadêmica. Concordo, deve haver um mínimo de organização, convenhamos. Mas não sabia que muitas vezes o ideal é escrever rebuscado.
   Mas porque rebuscado? Se há maneiras mais simples e objetivas de se expressar? Como irei tratar meus usuários? devo ser clara e o mais simples possível para que haja um diálogo objetivo sobre seus direitos, para que dessa forma as duas partes possam ser entendidas. Assim é o meu achismo, a minha concepção.
   Durante a minha vida acadêmica tive a sorte de participar de pesquisas com uma professora fantástica! Ela me ensinou sobre o curso e sobre a vida, além de uma profissional admirável é um ser humano raro.
   Mas, infelizmente nem todos (as) têm a sensibilidade e preocupação em fazer os alunos refletirem e exercerem a sua criatividade. Lembro do meu trabalho favorito, foi na disciplina de ética, a professora pediu que escolhêssemos uma temática e deixasse a inspiração trabalhar. Foi o que aconteceu, nosso trabalho teve fotos, poemas, músicas, texto crítico, verdadeiramente crítico. Foi tão bom criar e sentir a liberdade. Outro muito agradável foi na disciplina de instrumentalidade, fizemos um teatro, aprendemos e nos divertimos.
   Hoje, formada após 5 anos de graduação, recordo de ter lido realmente coisas que eu escolhi apenas duas vezes, dois livros, ocorre um bombardeio de informação o tempo todo. Outra professora que tive o prazer de conhecer e ser aluna, tinha um método que muito me identifiquei, ela escolheu apenas um texto durante todo o semestre, era texto muito fino, diferente dos que estávamos adaptadas, ela simplesmente foi explicando de uma maneira incrível durante todo o processo de aprendizagem. Foi a disciplina que mais aprendi. 
   Nem sempre quantidade é qualidade. Muitas vezes o que realmente desperta nossa criatividade é  a possibilidade de possuir um pouco mais de liberdade durante o processo de aprendizagem. De criar, de se inspirar e se encantar.

Milena Macena do Espírito Santo

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